Sincretismo religioso, pentecostalismo e gênero, no contexto migratório
DOI:
https://doi.org/10.29327/2419655.2.15-5Palavras-chave:
Migração, Gênero, Feminização da Migração, Pentecostalismo, São Paulo, Sincretismo ReligiosoResumo
O artigo aborda as relações entre religião, gênero e migração, com foco na “feminização da migração” e nas dinâmicas sociais, culturais e econômicas associadas ao tema. O estudo explora como o pentecostalismo brasileiro, enquanto prática religiosa sincrética, oferece suporte espiritual e social para migrantes, em especial, mulheres, durante seu processo de adaptação em
contextos urbanos como São Paulo. As comunidades religiosas são descritas como espaços de inclusão e resiliência emocional, embora enfrentem limitações estruturais. Além disso, analisa-se a crescente presença feminina nos fluxos migratórios para o Brasil e os desafios impostos pela desigualdade de gênero, precarização do trabalho e exclusão social. Dados evidenciam que mulheres migrantes, particularmente venezuelanas, haitianas e bolivianas, ocupam um papel central na reorganização dos espaços urbanos e na construção de redes de apoio. Apesar das vulnerabilidades, a atuação dessas mulheres reflete resiliência e
agência, destacando a importância de políticas públicas inclusivas e de maior articulação entre comunidades religiosas e sociais. O artigo contribui para o debate contemporâneo sobre migração ao enfatizar as dinâmicas entre religião e gênero, demonstrando como ambos moldam as experiências migratórias e a integração social.
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